Ultima entrevista de António Reis como GM do GOL

António Reis

António Reis é, até ao dia de amanhã, o Grão-Mestre da obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL).   É a mais antiga organização maçónica que existe em Portugal, tendo-se formado em 1802.
António Reis é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. De passagem em Viseu, o Grão-Mestre do GOL, acedeu a ser entrevistado pelo Jornal do Centro para falar sobre a organização em Portugal e na região.

“A Maçonaria pode contribuir para uma democracia mais saudável”

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António Reis – Biografia

António Reis

António Reis (Lisboa, 1948), professor universitário, político e maçon português, é docente auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Ocupa o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa desde Junho de 2005.

Após o 25 de Abril de 1974, desempenhou vários cargos políticos:

Deputado à Assembleia Constituinte;
Deputado na Assembleia da República (1976-1983 nas I, II, e III legislaturas) e de 1995-2002 (VII e VIII legislaturas), nas quais foi Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Presidente da Comissão Parlamentar de Ética e Presidente da Delegação portuguesa à Assembleia da OSCE;
Fez parte do II Governo Constitucional, 1978 como Secretário de Estado da Cultura, liderado por Mário Soares.

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Emílio Rui Vilar “A Criação Cultural no Espaço Europeu”

Emílio Rui Vilar

Emílio Rui da Veiga Peixoto Vilar (Porto, 17 de Maio de 1939) é um jurista e político português. Licenciado em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1961. Cumpriu serviço militar entre 1962 e 1965, e assumiu funções directivas no Banco Português do Atlântico em 1969, onde permaneceu até 1973. Foi o primeiro presidente da SEDES, em 1970 […] Actualmente e (desde 2002) é presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian

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“Liberdade precisa de igualdade de condições”

ANTÓNIO REIS

António Reis

Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano sobre o II Encontro Maçónico Internacional de Lisboa

“Liberdade precisa de igualdade de condições”

Correio da Manhã – Quais são os objectivos do encontro que [ontem] reuniu em Lisboa maçons de todo o mundo?

António Reis – Vem no seguimento de outros ao nível internacional que têm abordado temas de actualidade e que têm a ver com a preocupação da maçonaria em defender determinados valores, da paz, liberdade, igualdade e laicidade.

Este encontro tem por tema os valores republicanos devido ao centenário da República?

Sim, os maçons portugueses foram determinantes para a implantação da República em Portugal e por isso justificava-se esta iniciativa. Mas há outra razão que tem a ver com o facto de estarmos conscientes de que a crise financeira e económica que atravessamos é consequência de uma crise de valores, de uma crise ética da sociedade, que levou a que a irresponsabilidade de quem exerce determinados poderes nos conduzisse para a situação que atravessamos

O que teria de mudar na nossa República para ela melhorar?

Nós consideramos que deve haver uma maior preocupação com a igualdade. Não basta assegurar as liberdades. A liberdade, para ser efectivamente garantida, precisa que haja igualdade de condições entre todos os cidadãos e que todos tenham acesso a um mínimo para viver condignamente.

No encontro falou-se da necessidade de uma maior laicidade. O que pretende?

A laicidade é aqui entendida não como uma arma de combate às religiões, mas como uma garantia da paz institucional, da liberdade de consciência, de religião, de expressão, sem estarmos sujeitos às ameaças de fundamentalismos, quaisquer que eles sejam, de natureza ideológica ou religiosa. É um dos nossos valores. E para que estes valores sejam praticados é necessário que os poderes públicos assegurem eficazmente a eliminação e a prevenção da corrupção.

in Correio da Manhã

Encontro maçónico: faltam virtudes às Repúblicas de hoje

Maçons defendem que é preciso fazer renascer uma “ética republicana” para garantir que a “coisa pública” não continue a ser só para alguns

Os valores estão bem, as virtudes nem por isso. Mas como “uma coisa não vive sem a outra”, há um buraco em expansão que poderá deixar sem sentido os valores fundamentais inscritos na Constituição, frisou ontem Paulo Ferreira da Cunha, professor de Direito da Universidade do Porto, durante um encontro internacional promovido, em Lisboa, pelo Grande Oriente Lusitano (maçonaria).

No encontro, de dois dias, participaram várias dezenas de representantes de lojas maçónicas de 10 países europeus. Sexta-feira decorreu à porta fechada, ontem foi aberto aos “profanos”. Tema em debate – “A Actualidade dos Valores Republicanos”.

Ferreira da Cunha lembrou que há “boas notícias”. Uma delas é a de que, no ocidente, os valores republicanos, como a liberdade e a igualdade, “foram sendo absorvidos pela ideologia dominante e estão cada vez mais consensualizados”. Mas pelo caminho tem-se vindo a desvanecer aquilo que, de facto, quer dizer República. Nem mais, nem menos, do que “coisa pública” ao serviço da qual foi erigida uma “ética republicana”, agora em profunda crise por falta de actores que a ponham em prática.

António Reis, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, corroborou ao PÚBLICO: “A crise económica actual, que começou por ser financeira, tem a sua raiz numa crise ética. Nos comportamentos absolutamente irresponsáveis de quem tem o poder económico e também de alguns que exercem o poder político.” Para este ex-deputado do PS, “não há melhor antídoto do que cortar o mal pela raiz”: “O fortalecimento dos valores republicanos pode constituir uma resposta”.

“Não serve de nada ter as Constituições cheias de valores republicanos se não existe uma aplicação pessoal desses valores”, observou Ferreira da Cunha. É essa aplicação que dá corpo às “virtudes republicanas”, que podem ter uma tradução simples, lembrou, recorrendo, para gáudio dos presentes, aos aforismos escritos em 1850 por Alberto Morais Carvalho, que mais tarde viria a ser ministro da Justiça. Por exemplo, este: “Um Governo sábio deve criar homens para empregos e não empregos para homens.” Ou este: “Há honras sem honra, como há honra sem honras.”

Na assistência, o jovem maçom Rui Cunha aponta um imperativo: “É urgente que façamos nós mesmos uma reflexão sobre a dimensão participativa da democracia, sob pena de a República ser uma coisa pública apenas para alguns.” Uma proposta: porque não pedir a “fiscalização da própria constitucionalidade do Estado”?

Em resposta, Ferreira da Cunha defendeu que, na próxima revisão constitucional, se deveria garantir “uma efectiva democratização do acesso à Constituição”, dando possibilidade aos cidadãos de poderem, de “uma forma muito mais ampla”, suscitar a inconstitucionalidade de actos e diplomas. E também um “verdadeiro acesso à justiça”. Porque assim como está “é platónico”.

Combate à corrupção é insuficiente

Combate à corrupção é insuficiente

Grão-mestre critica actual excesso de “ruído mediático na República”

“Chegou o momento de sermos mais eficientes no combate à corrupção”.  A frase é do ex-deputado do PS António Reis, grão-mestre da loja maçónica do Grande Oriente lusitano, que acusou os media de se quererem substituir aos órgãos de soberania do regime.

“O combate à corrupção tem sido insuficiente”, afirmou ontem no final das duas intervenções da manhã, o ex-deputado socialista e historiador António Reis, antes de se afirmar confiante nas medidas que sairão da comissão parlamentar que está a estudar esse problema, liderada, aliás, pelo seu camarada de partido Vera Jardim.

O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) afirmou ainda ter chegado a ocasião “de sermos mais eficientes no combate à corrupção”. Do púlpito, já tinha proferido duras advertências à fase individualista, gananciosa, liberal e prepotente que o mundo atravessa.

“É preciso recuperar a essência dos valores republicanos e laicos, porque são o melhor antídoto, o melhor escudo protector contra o abuso do poder financeiro sobre o poder politico”, disse.

Na sua alocução, o dirigente do GOL exortou “a uma ética social” exercida com “honradez, austeridade e o anti-ostentacionalismo de quem coloca o interesse público acima do interesse pessoal”.

Reis condenou ainda “a pseudo-democracia da opinião” traduzida “em sondagens e depoimentos que prejudicam o debate e o exercício do espírito crítico”. “Os media não são os verdadeiros representantes do povo”, realçou. E concluiu:

“Há hoje demasiado ruído mediático na República”.

Já o catedrático Amadeu Carvalho Homem exortou o Estado português a manter a laicidade, para mais quando Portugal acolhe tantas etnias com tantas outras diferentes espiritualidades, no que designou pelo multiculturalismo.

“Mas para que funcione é imperioso que o Estado não seja confessional, é preciso que seja neutro e laico em matéria religiosa”, disse, dizendo querer “recomendar aos nossos governantes: não se metam no beco sem saída de tentar confessionalizar este país”.

Palavras que causaram algum impacto, uma vez que o Governo decidiu conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos nos distritos visitados pelo Papa Bento XVI, durante os dias em o Sumo Pontífice estiver em Portugal, já em meados de Maio.

Maçonaria Lusitana

GOL CELEBRA 208 ANOS

O Grande Oriente lusitano – Maçonaria Portuguesa foi fundado em 1802, esteve nas origens da Revolução liberal de 1820 e da Revolução Republicana de 1910. Clandestina durante o Estado Novo, recuperou parte do património e reorganizou-se após o 25 de Abril de 1974.

GRÃO-MESTRE DESDE 2005

António Reis nasceu em 1948 e foi eleito grão-mestre do GOL em Junho de 2005. Membro da Oposição Democrática, co-fundador do PS e deputado, foi oficial miliciano e no 25 de Abril fez parte do destacamento que ocupou os estúdios da RTP

Museu Maçónico Português

MUSEU COM 250 ANOS DE HISTÓRIA

0 Museu Maçónico Português, fundado em 1984, situa-se na Rua do Grémio lusitano 25, em Lisboa, e retrata a História de Portugal e da Europa nos últimos 250 anos.

Maçonaria defende “sobressalto ético”

Maçonaria defende “sobressalto ético”

ANTÓNIO REIS  ≡ GRÃO-MESTRE DO GOL

A actual crise financeira é uma consequência da crise de valores que tem na sua origem “a falta de ética”, quer dos detentores do poder económico quer do poder político, considerou ontem o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), António Reis. No entender do grão-mestre, “é fundamental haver um sobressalto ético na sociedade em defesa destes valores que estiveram na origem do ideal republicano”.

Durão Barroso convidado por loja maçónica do GOL

Durão Barroso convidado por loja maçónica do GOL

Maçonaria anuncia presença do presidente da Comissão Europeia em Lisboa, a confirmar. Assessoria de Durão diz que não está nada na agenda

O Grande Oriente Lusitano (GOL), a mais importante corrente maçónica portuguesa, está  a anunciar internamente a presença, ainda que sujeita a confirmação, do presidente da Comissão Europeia num ciclo de conferências sobre o futuro da União Europeia. À SÁBADO, a assessoria de Durão Barroso diz que nada está marcado na agenda do presidente da Comissão Europeia. “Ou não aceitou ou ainda não aceitou”,  referiu a assessora Leonor Ribeiro da Silva.

Um Documento interno da Loja Europa a que a SÁBADO teve acesso refere que Durão Barroso deverá encerrar, em Junho, ainda sem data exacta designada, um ciclo de sete conferências sobre a União Europeia.

A sessão deverá  decorrer entre as 19h e as 20h30 na sala Magalhães Lima, na sede do GOL, no Bairro Alto, em Lisboa. As inscrições estão ainda a fazer-se para o próprio endereço electrónico da Loja Europa (europa.gol [at] gmail.com), anunciando-se também a participação de António Reis, grão-mestre do GOL, que falará sobre o tema Os valores europeus.

[…]

Este mês já  se realizou urna sessão, no dia 2, com a presença de Ernâni Lopes, director do Instituto de Estudos Europeus, prevendo-se que nesta quinta-feira, dia 25, seja o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, o convidado principal no evento realizado pela maçonaria.

Com ou sem Durão Barroso, ainda irão passar pelo GOL, em Abril, Carlos Santos Ferreira, presidente do Millenium BCP, e, Em Maio, o antigo Presidente da Republica Mário Soares.

In Revista Sábado